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6 de set. de 2010

Abstrata Simetria

Lá fora eu sinto a chuva cair

Como algo que estraçalha e fere meu ouvido

A noite não é mais noite

É só um final para o hoje

Não quero provar nada

Só quero sentir-me bem

Não sinto vontade de ser coerente

Só quero me desligar um pouco

Seria algo estranho

Se continuasse

Tudo assim tão...

...negro...

...vermelho

Não consigo mais respirar

Só tento ainda enxergar

Não o caminho

Não a noite

Mas sim o nada,

a escuridão invisível que me segue

Fiz tudo o que podia fazer

Só assim me fortaleço

Mas não consigo viver

Sobrevivo perante o mar

Ilhado, não consigo fugir

Amando muito a tudo e à todos

Não consigo demonstrar o mínimo

Sofro por tal brutalidade de espírito

A melancolia ecoa em minha mente

Como um alerta para o que há de vir

Dos meus poros escorre sangue

Dos meus olhos vê-se o medo

Ao final...

Lembro apenas como é bom

Ser tão insanamente... simétrico

Tão simetricamente... incoerente

Incoerentemente distante

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